"...O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente..." (Fernando Pessoa)
Em certos momentos eu me identifico muito com os versos do imortal poeta lusitano...
Aproveitando o mote, vou postar abaixo alguns "poeminhos" (viva Quintana!), que fiz logo no começo deste inverno...
O sete
Naveguei pelos sete mares
e mergulhei as sete mil léguas,
buscando o sétimo céu
e descobri : depois do sete,
o infinito...
Perdoei setenta vezes sete
para que o amor retornasse
depois de sete dias,
para tanto eu paguei
com setenta e sete moedas
e uma de minhas sete vidas...
Pois tudo que começa
tem seu ciclo e finda
em sete horas, sete dias,
sete luas, sete meses,
sete anos, sete versos,
sete reses...
Dividi meu coração em sete pedaços
e os enterrei em sete cantos
para que um deles, dentre tantos
encontrasse a felicidade...
Dividi a minha casa em sete cômodos
e habitei cada um deles simultaneamente,
com meus temores e desejos,
para fugir da solidão...
Dividi o romance em sete capítulos
e do girassol fiz bem-me-quer,
despetalei quase todo o livro
e não encontrei as palavras certas...
Dividi o amor em sete faces
cada qual com seu esfíngico enigma
a interrogar-me, e respondi: devora-me,
pois já não me decifro mais...
I-n-s-p-i-r-a-ç-ã-o
Quando a brisa fresca bate
e o cachorro late,
os olhos brilham
e os sonhos fervilham...
Quando o universo explode
e a poeira sacode,
os átomos atraem
e as moléculas contraem...
Quando a sombra termina
e a semente germina,
o calor aquece
e o membro enrijece...
Quando as flores exalam
e os amantes calam,
um novo dia nasce
perante ti, face a face...
Quando o sol desponta
e sobre o horizonte monta,
sob a mesa o estorvo,
o invulgar e incômodo novo...
um segundo novo
um momento novo,
um novo mundo novo,
diferente,
pisca à nossa frente, num estremeção,
a isto chamo inspiração...
domingo, 6 de agosto de 2006
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7 comentários:
É...! O poeta finge a dor. Ele completa a minha mente e também creio que ele escreve a minha dor.
.............
Setecentas mil vezes: ADÃO FLEHR. Eu "queria poder" aproximar o meu escrever vagabundo...
.............
Isso é insPIRADÍSSIMO, meu caro.
.............
Hoje, minhas emoções explodiram no espetáculo da minha mãe e fechei a madrugada com chave de ouro LENDO-TE.
B-jos.
P.S.: Pelo visto peguei fresquinho.
Oi lindo, gostei dos "poemas de inverno" hehehehe
vc está inspirado. è o frio??
sds / Léa
Adão, que você estremeça e inspire.
Depois, expire o sol que gira a flor.
Faça do seus sete corações um,
e no reverso do poema, viva o seu bem querer.
Beijo grande.
E que dos sete amores um infinito tenha se formado em seu coração pra que tenha espaço pra todos q te gostam e te admiram..
Meu querido amigo poeta... comida alimenta o corpo mas poesia alimenta a alma.
Obrigada por esse sensacional "Café da manhã de segunda feira"
Beijos e boa semana pra vc.
Caro Adao,
Teus versos sao sonoros e quero escuta-los setenta vezes sete!
um forte abraco,
Minha mãe canta em coral. E o espetáculo foi: "Toda forma de cantar". Coisa linda! Eles cantaram o "Aleluia" de forma erudita, depois em ritmo de forró, rock, samba... ficou muito animado. Eu me emocionei muito, gritava: "É minha mãe!".
rs rs rs rs
FALA ADÃO
CARA A PROXIAM VEZ QUE TE ENCONTRAR VOU TE PEDIR UM AUTOGRAFO RRSRRSRSSRSRS
ABRAÇAO,
CLÁUDIO
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