Island Romance. Mallet M.K.
O azul que encantou o astronauta agora o espanta
e o poeta vai de branco pela rua cinzenta
Enquanto a noite cobre de vermelho o leito do céu
o monstro de olhos verdes não mais o assusta
Vão-se as esperanças, ficam as incertezas
e a lâmina cega da realidade rente aos olhos
os anos escorreram pelos dedos
com a liquidez da areia fina
como os cabelos impertinentes em sua cabeça
Duas, três, quatro décadas
resultam num inventário de sonhos e perdas
mas a caminho de casa os passos recordam
exatamente onde tropeçaram
Sete, oito horas ou mais
perdidas a cada dia no trabalho improfícuo
sacrifício tão necessário quanto aviltante
que o peso das pálpebras insiste em registrar.
Foram-se as festas, os amigos
foi-se a esperança , o amor
os dedos urdem o fio do dia com a textura do aço
e os relógios, estes odiosos companheiros,
desdenham sutis de todo o movimento.
Foram-se os projetos, os croquis
foi-se a pena, o papel
Apenas o vermelho sanguíneo pulsando em artérias roxas
e o castanho dos olhos procurando pelo arco-íris
no celeste azul,
tentando adivinhar
as cores de seu destino
ou o enigma de sua vida
impressos dentro de si, prestes a explodir,
com a imprecisão de uma estrela.
O azul que encantou o astronauta agora o espanta
e o poeta vai de branco pela rua cinzenta
Enquanto a noite cobre de vermelho o leito do céu
o monstro de olhos verdes não mais o assusta
Vão-se as esperanças, ficam as incertezas
e a lâmina cega da realidade rente aos olhos
os anos escorreram pelos dedos
com a liquidez da areia fina
como os cabelos impertinentes em sua cabeça
Duas, três, quatro décadas
resultam num inventário de sonhos e perdas
mas a caminho de casa os passos recordam
exatamente onde tropeçaram
Sete, oito horas ou mais
perdidas a cada dia no trabalho improfícuo
sacrifício tão necessário quanto aviltante
que o peso das pálpebras insiste em registrar.
Foram-se as festas, os amigos
foi-se a esperança , o amor
os dedos urdem o fio do dia com a textura do aço
e os relógios, estes odiosos companheiros,
desdenham sutis de todo o movimento.
Foram-se os projetos, os croquis
foi-se a pena, o papel
Apenas o vermelho sanguíneo pulsando em artérias roxas
e o castanho dos olhos procurando pelo arco-íris
no celeste azul,
tentando adivinhar
as cores de seu destino
ou o enigma de sua vida
impressos dentro de si, prestes a explodir,
com a imprecisão de uma estrela.
Não é inédito, mas eu gosto deste. Muito. E como me perguntaram hoje: ¨- O que você quer ser quando crescer?", me ocorreu este poema. Quando eu crescer, quero ser uma estrela, prestes a explodir...
17 comentários:
Também gostei, a forma como concluiu é particularmente linda. A template em comum mostra que compartilhamos bom gosto. Continue visitando.
Eu concordo plenamente, lindo esse poema. Uma brisa em nossa manhã. bjs
Adão,
Que as cores do seu destino sejam maravilhosas, vibrantes e belas como os seus escritos o são.
beijo
Azul, verde, vermelho, etc. Cores primárias, secundárias, saturadas, reticuladas. Uma explosão delas todas, colorindo o seu destino de felicidade e sucesso!
É o que eu te desejo. Sabe que eu gosto muito tbm deste poema?
bjs
A anônima lá de cima sou euzinha mesmo!
Emoção, emoção...
bjs / Léa
Adon.
O monstro de olhos verdes... já falamos sobre isso, lembra?
Foi nessa época que conheci o texto. Lembro que achei magnífico. Hoje, lendo de novo, acho mais ainda.
Muito mais.
É assim que gosto de ler você: poético,inspirador e cheio de coisas pra mostrar ao mundo.
Tantas cores, matizes, em um único Adon de mil faces.
Beijo, meu amigo muito querido.
Beijo.
Adão,
E eu não conhecia!
Que maravilha de poema!
Orgulho por você.
beijo,
Cris
menino eu fico olhando para a sua foto em preto em branco e pensando nas extraordinarias cores de sua alma.
valorize-se.
Adão,
Belíssimo poema!
Inundei-me no profundo das suas cores livres.
Hoje eu também falo de trabalho alienado, entre outras coisas.
Abraços, flores, estrelas..
.
AMO A NOITE
Eu amo a noite, por que à luz inexistente,
Tudo tem forma e nome de gente.
E eu amo toda gente.
Como amo os animais, pessoas descendentes
Do mesmo olhar vitral.
Eu amo a noite, não por ti
Que deitas do meu lado displicente,
Não pelo o amor que falas sentir por mim.
Amo por que a noite muda meus olhos.
E eu não vejo pelos memos lugares
Os mesmos tristes pensamentos.
Amo a noite, não por ti, violão
Que recurvado em meu regaço, plange
E põe-me a cantar para as estrelas.
Amo a noite pela calmaria que tudo faz,
Que tudo passa, para ser no dia
Gestos esquecíveis.
Tempos lembrados da minha infância
Onde o medo ainda incide, quieto.
Risonho e ofensivo, um algoz.
Eu amo a noite e não detesto o dia,
O dia de fazer, de pegar os quilos,
De morrer daquilo...
Eu amo a noite porque nada há
Em seu silêncio nada que eu conte,
Nem um burburinho , nem sinto,
As batidas tortuosas do meu coração.
Um abraço
Naeno
Adão Flehr;
Pôxa estou sem fôlego,
Mergulhei nas cores vivas do teu sou.
Quando crescer eu quero simplesmente ser...
Beijos multicolorido
Poema maravilhoso!!!! Não pude deixar de pensar talvez você amarre seu corpo com tanta competência para que a mente, desesperada por libertação, alcance estes vôos maravilhosos. Todas as cores estão dentro de você, explodindo em palavras! Beijos poeta Adão
Pura poesia em cores precisas!
Quero parabenizar-te!
Abçs
Querido.....
Um primor o seu blog.
Delícia de ler!!!!!!
Posso linkar vc? ;)
Me daria essa honra?
Beijucas
( www.vanluchi.blogspot.com )
Adão,
Este poema me faz pensar tanto, sobre tantas coisas diferentes e essenciais.
Eu considero que esta é uma das primordiais funções da arte!
Um beijo dominical!
Olá Adão, vim retribuir sua visita e agradecer. Gostei bastante de suas letras!
Gosto da figura das cores do destino, do tempo passando pela ampulheta da vida e de saber que nós pintamos nossa vida com as cores da alma. Também quero ser uma estrela, mas quando eu encantar. Por enquanto, me contento em ser colo de mãe e aconchego de amor.Porto seguro procurando brisas suaves.
Volte sempre, gostei das imagens poéticas daqui.Beijo.
Adão,
Que seguir as cores, chegará ao fim do arco-íris e encontrará um grande escritor.
Desejo um bom final de domingo.
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