quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

ancoradouro

Unloading at Arles, Van Gogh

"Todo cais é uma saudade de pedra", Fernando Pessoa

Ancoradouro perdido
num oceano de gotas de sonho
onde náufrago errante, venho aportar
noite escura e fria, deito em seu colo e repouso
e minha alma vaga, vadia...

Vento soprando sutilmente
entre as folhas em torrente, faz o outono embarcar
traz o inverno imponentes geleiras
pedras de(s)ilusão
cala(o)frio das paixões
que se apagam lentamente
e imperceptivelmente, não ardem mais...

Em seu abrigo me recolho
me aqueço, me esqueço
e mansamente, imaculadamente,
adormeço em seu cais...

Sete milhas navegante
atravesssando os sete mares,
em seu ancoradouro chegar...

Porto seguro, firme e tácito
delicado, doce pergunta: - quer aportar?

Navegante solitário
seduzido, frágil, pergunto: - posso ficar?

Por um instante
ou talvez mais...

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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