Eu sou perfeitamente
humano: tenho todos os defeitos do mundo.
ando em círculos,
paro, recuo e avanço:
o trajeto dos meus
passos não revela para onde vou
mas apesar das
pedras do caminho, aprendi a caminhar.
Eu choro um pouco e
sorrio um tanto,
ainda sonho... logo
existo?
Não luto mais
contra os moinhos,
pois já aprecio o
giro de suas pás.
Não tenho medo da
morte nem do amor
não auguro ser
apresentado formalmente
a nenhum destes dois
cavalheiros.
De todas as certezas
que eu tinha, permanecem as incertezas
De tudo que conheci,
interessa o inédito.
De todos os romances
vividos, me apraz o que ainda não conheci.
Desprezo a casca,
desejo o sumo.
Não importa o
rótulo, a embalagem, a etiqueta
preciso deste
balsamo, deste elixir, deste veneno.
Quero sorver o
conteúdo desta garrafa desconhecida a largos goles.
Quero lamber a face
da vida, com a volúpia dos amantes
e sentir o mel de um
beijo doce, com a delicadeza das abelhas.
Quero me despir dos
antigos hábitos e vestir despojado o manto da novidade.
Quero mudar
periodicamente as datas importantes de minha vida.
Quero plantar
girassóis em meu quintal e colher estrelas ao deitar.
E sorver a vida a
longos haustos,
sentir o meu coração
pulsar desenfreado,
estar aqui e acolá,
hoje e agora, nesta vida e morte cotidiana.
Eu quero nascer de
novo , pela primeira vez… uma vez mais…
Cheguei sem aviso,
atrasado e faminto: - posso entrar? ...
esqueci as
chaves!... trouxe comigo a pena... e o temporal...
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