sábado, 18 de março de 2006

Claríssima

Alvíssima luz derramada
por capricho
do sol que prenuncia
o outono
no seio desta
claríssima manhã

Viajo por linhas retas
e intermitentes
que passam por verdejantes vales
e montanhas imponentes
em perfeita comunhão...
-perfeitos Yin e Yang!

Aonde chegarei,
finjo ignorar
e garimpo palavras respingadas
do transbordamento
desta luz matinal...
-imperfeitos traços e forma!

Sob o céu sem nuvens
não me movo mais
repleto de cálculos e angustias

Movo-me como o menino que fui
em algum distante canto da memória,
em Salvador,
soltando pipa, jogando bola,
brincando na grama...
alegria plena de volúpia!

No colo desta claríssima manhã
descanso a fronte
e encontro o afago
e chego

a este lago sereno, este riacho caudaloso,
esta região desconhecida
que alguns chamam de lembrança...

Mas este oásis perene, este remanso recôndito,
este jardim florido,
- madrigal -
obra de divino cultivador,
não está situado em nenhum lugar,
e nunca saiu de onde está...

5 comentários:

Anônimo disse...

Adão,

o riacho encantador está lá, aqui, dentro do nosso próprio coração.

Belíssimo texto, o teu.

Abraços, flores, estrelas...

Anônimo disse...

poesia não se pensa: sente. quanto mais sentido, melhor o poema. digo que plantou em mim vários sentimentos esse "Claríssima".

Anônimo disse...

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